sexta-feira, 26 de dezembro de 2003

Manifesto

Se me deixassem... escreveria um manifesto
Pra todos que amo e pra os que detesto
Pra quem não conheço e até pro resto
Quero que me ouçam, pois vou ser honesto.

Tentei entender o mundo, mas fiquei preocupado
Sempre que achei estar certo, logo vi que estava errado
Não dá pra saber de tudo, nem ter um plano traçado
Melhor não pensar no futuro e parar de viver no passado

Só existe um momento: o agora, o presente.
O que passou ficou pra trás. O que virá está na frente.
Isso nunca vai mudar, por mais que a gente tente.
Se agora não está bom, faça agora diferente.

Pra quê deixar pra depois o que te traz felicidade?
A alegria não tem hora, nem tamanho, nem idade.
Só depende de uma coisa: da nossa própria vontade,
De mudar o nosso mundo. Fazer sonho realidade.

Mesmo naqueles dias que se acorda de mau humor.
Vá pra longe de todos. Então grite sem pudor.
Solidão só traz tristeza porque se procura amor
A vida é experiências: nem só prazer, nem só dor.

Saber amanhã no hoje é difí­cil para mim.
Passar a vida tentando, é uma idéia ruim.
Então vou viver no hoje. Me sinto melhor assim.
Cada dia é uma batalha, com começo, meio e fim.

Sun Screen


  • Senhoras e senhores das turmas de 1999, usem filtro solar. Se eu pudesse dar só um conselho em relação ao futuro de vocês, diria: “Usem filtro solar.”
    Os benefícios, a longo prazo, do uso do filtro solar foram cientificamente provados. Os demais conselhos que dou baseiam-se unicamente em minha própria experiência. Eis aqui alguns deles:
    Aproveite o poder e a beleza de sua juventude. Ah, esqueça! Você só vai compreender o poder e a beleza de sua juventude quando já tiverem desaparecido. Mas, acredite em mim. Dentro de vinte anos, você olhará suas fotos e compreenderá, de um jeito que você não pode compreender agora, quantas oportunidades se abriram para você e quão fabuloso(a) você parecia. Você não é tão gordo(a) quanto você pensa.
    Não se preocupe com o futuro. Ou se preocupe, se quiser, sabendo que a preocupação é tão eficaz quanto tentar resolver uma equação de álgebra mascando chiclete. É quase certo que os problemas que realmente têm importância na sua vida são aqueles que nunca passaram pela sua mente, tipo aqueles que tomam conta de você ás 4 da tarde em alguma terça-feira ociosa.
    Todos os dias, faça alguma coisa que lhe assuste. Cante. Não trate os sentimentos alheios de forma irresponsável. Não tolere aqueles que agem de forma irresponsável em relação a você. Relaxe. Não perca tempo com a inveja. Algumas vezes você ganha, algumas você perde. A corrida é longa e, no final, tem que contar só com você. Lembre-se dos elogios que recebe. Esqueça dos insultos. (Se você conseguir fazer isso, me diga como) Guarde suas cartas de amor. Jogue fora seus velhos extratos bancários. Alongue-se.
    Não se sinta culpado se você não sabe muito bem o que quer da vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não tinham, aos 22 anos, nenhuma idéia do que fariam na vida. Algumas das pessoa interessantes de 40 anos que conheço ainda não sabem. Tome bastante cálcio. Seja gentil com seus joelhos. Você sentirá falta deles quando não funcionarem mais. Talvez você se case, talvez não. Talvez tenha filhos, talvez não. Talvez se divorcie aos 40, talvez dance uma valsinha quando fizer 75 anos de casamento. O que quer que você faça, não se orgulhe e nem se critique demais. Todas as suas escolhas têm 50% de chances de dar certo. Como as escolhas de todos os demais.
    Curta seu corpo da maneira que puder. Use-o de todo jeito que quiser. Não tenha medo dele ou do que as outras pessoas pensem dele. Ele é seu maior instrumento. Dance. Mesmo que o único lugar que você tenha para dançar seja sua sala. Leia todas as indicações, mesmo que você não as siga. Não leia revistas de beleza. A única coisa que elas fazem é mostrar você como uma pessoa feia.
    Saiba entender seus pais. Você nunca sabe a falta que vai sentir deles. Seja agradável com seus irmãos. Eles são seu melhor vínculo com o seu passado e aqueles que, no futuro, provavelmente não deixarão você na mão. Entenda que amigos vão e vêm, mas há um punhado deles, preciosos, que você tem que guardar com carinho. Trabalhe duro para transpor os obstáculos geográficos e da vida, porque quanto mais você envelhece, tanto mais você precisa das pessoas que conheceram você na juventude.
    More em Nova Iorque, mas mude-se antes que a cidade transforme você em uma pessoa dura. More no Norte da Califórnia, mas mude-se antes de tornar-se uma pessoa muito mole. Viaje. Aceite certas verdades eternas: os preços vão subir; os políticos são todos mulherengos; você também vai envelhecer. E quando você envelhecer, vai fantasiar que quando você era jovem, os preços eram acessíveis; os políticos eram nobres de alma; e as crianças respeitavam os mais velhos. Respeite as pessoas mais velhas.
    Não espere apoio de ninguém. Talvez você tenha uma aposentadoria. Talvez tenha um cônjuge rico. Mas, você nunca sabe quando um ou outro podem desaparecer. Não mexa muito no seu cabelo. Se não, quando tiver quarenta anos, vai aparentar oitenta e cinco.
    Tenha cuidado com as pessoas que lhe dão conselhos, mas seja paciente com elas. Conselho é uma forma de nostalgia. Dar um conselho é uma forma de resgatar o passado da lata de lixo, limpá-lo, esconder as partes feias e reciclá-lo por um preço maior do que ele realmente vale. Mas, acredite em mim quando eu falo do filtro solar.




    “Homem e mulher, juntos, vão tornar isso verdade.
    Um dia um espírito vai lhe encontrar e lhe guiar até lá.
    Eu sei. Você foi machucado(a)
    Mas eu estou esperando para estar lá com você.
    Eu vou estar lá...
    Só para ajudá-lo(a), sempre que puder.”

    Texto apresentado por um paraninfo a uma turma de formandos dos Estados Unidos

sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

O Viajante


Pessoas deixam de tomar atitudes por medo da conseqüência dos seus atos no futuro. Quando pretende-se passar a vida toda no mesmo lugar, com as mesmas pessoas, acaba-se não fazendo nada. Ou por medo de termos que sair deste lugar, ou por medo de perdermos essas pessoas.Quando se planeja uma viagem, nossos medos diminuem. Uma vez que vamos para outro lugar, com outras pessoas, nossas atitudes passam a ter uma importância relativizada e limitada ao período anterior à viagem. Lá, no lugar para o qual se vai, novas pessoas o esperam sem um pré-conceito com relação ao viajante. Sem as conseqüências de suas atitudes anteriores. Sem prendê-lo ao que ele um dia foi. Deixando-o livre para ser quem ele realmente quiser ser.

Revolta

Para que serve a revolta? Se o que se quer é mudar,o mais importante é saber aceitar a realidade. Quando conhecemos o inimigo, as armas, o campo de batalha e, principalmente, nós mesmos, a luta acontece sozinha.

As coisas, a vela e o vento.

Minha vela acaba, sempre, iluminando mais do que o imaginado. Será o vento que entra pelas janelas? Não sei direito o qué é, mas quando ascendo a vela e abro as janelas tudo muda. Novos ares, novas idéias. O passado está ali: nada mudou de lugar, os móveis são os mesmos, mesmos quadros, mesmas plantas. O presente, como a chama da vela, faz tudo visível, faz eu acreditar na existência das coisas. Mas o vento, ah o vento! Assim como o futuro, o vento não toma forma, não quer ser visivelmente determinável. Ele sabe do poder que tem, não precisa ver a si mesmo pra acreditar na sua própria existência, ele sabe que é vento. Justamente por não gastar forças provando o que é, é que o vento entra janela a dentro. Ele nem olha pra escuridão, ele sabe o que quer. Em meio a tantas coisas iluminadas, confiante como é, vai em busca de quem ilumina. Apesar de ser visível, a chama não é muito determinável, nem um pouco palpável, tem um quê de vento. E é por isso que aceita o convite pra dançar uma canção. O vento impõe seu ritmo porque sabe o que quer. A chama o acompanha com seu charme de mulher. Assim, todas as coisas, ou se contagiam e aderem ao balanço da dança, ou aceitam a inércia da escuridão. Minha casa é o que tenho, é fruto do que já fiz. A chama sou eu que ascendo, pois ninguém fará por mim. E o vento eu deixo vir, pois fiz o que tinha que fazer, acredito no que tenho que acreditar e sei que o que tem que vir, virá. Não adianta nem fechar as janelas, o vento sempre encontra uma fresta por onde entrar.

O Começo de tudo (ou de nada).

Depois de muito pensar e nada decidir. Depois de decidir tudo e nada tentar. Depois de tentar e ver que não sabe como fazer. Depois de descobrir como fazer e ver que não era tão fácil. Depois de ver que mesmo não sendo tão fácil, tudo é possível quando realmente queremos. Aqui começa esse blog. Isso é apenas o começo, mas - como o primeiro passo de uma de uma longa caminhada - já é quase tudo. Agora é só continuar...

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