terça-feira, 30 de março de 2004

O Choro da Risada


Aos poucos, vou me sentindo melhor... sinto meus diferentes níveis se encaixando, me sinto mais "cheio", mais EU. Uma densa neblina se misturava com a fumaça de meu cigarro e me faziam cego. Cego achando que pode ver. Não via nada à minha volta, mas achava sempre saber mais das coisas do que sabia ontem. Estava perdido. Cego...
Quem sou eu? Estou diferente, isso é fato. Estou mais calmo, mais completo. Mas diferente do quê? Diferente de quem? Diferente de quando? Sim, eu já fui diferente, mas isso que eu era, era eu mesmo, ou só uma fase intermediária pela qual eu tinha que passar para ser o que sou hoje? Sou fim ou meio? Rei ou soldado? Objeto ou ferramenta? Destino ou caminho? Quem sou eu? Sou quem fui? Sou quem sou? Sou quem serei? Seria eu o denominador comum? Onde está minha essência, aquilo que realmente sou?
Olhando pra trás, já vi como minha essência aquele bebê que nasceu pelado. Aquele que segurado pelos pés, de cabeça pra baixo, reuniu todas as forças daquele corpo que começava a ter e usou a única arma que tinha contra a nova realidade que era obrigado a viver: chorou.
Olhando para frente, vi que só me conhecerei realmente quando chegar o momento de morrer. Na eminência da morte, olharei para tudo que fiz e poderei dizer quem realmente fui. Quando faltar um segundo pro fim, me entenderei por completo. Usarei esse segundo para pensar em tudo que vivi. Nesse instante único, ainda terei tempo para uma boa risada depois de entender a moral da história, que só pode ser uma piada. Só então entenderei que foi a história que fez quem sou, porque fui eu quem fez a história.
Calmo, completo e inteiro, deixo a neblina baixar, enquanto os últimos sopros de fumaça se dispersam pelo ar. Vejo que, na verdade, sou quem está no agora. Não quem fui e nem quem serei. Sou o que sou, e sou, o que sou agora. Minha história é tudo que fiz entre o choro e a risada, mas o que sou...
Ah, o que sou, nada mais é do que essa força, essa energia, essa vontade de fazer com que a piada tenha graça e que o choro valha a pena.

quarta-feira, 10 de março de 2004

Dilemas...


Dilemas... quantos dilemas enfrentamos na vida? Seria esta feita apenas de dilemas? Saber vivê-los (o que está num nível mais elevado do que apenas resolvê-los) seria a razão da vida? Branco ou preto? Bem ou mal? Dia ou noite? Qual a melhor escolha? Existe meio termo? Dilemas... dilemas para vivermos.

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