segunda-feira, 19 de maio de 2008

Diários de Bicicleta - Capítulo 1


A revolução começou!

A oportunidade se demonstrou rápida e objetiva. É agora ou nunca. Não há mais o que pensar, apenas agir. E que assim seja...

Como pode? Parece que a gente sempre esquece. A tristeza toma conta do coração toda vez que o sol se poe. A noite surge e traz consigo um pouco de medo. Medo do escuro, do desconhecido. Olhando pra baixo, vemos o chão sumir dos nossos pés. Mas é só olharmos pra cima que entenderemos tudo isso. Quanto mais escura a noite, melhor vemos as estrelas. Tão pequenas, mas tão bonitas. Eu amo aquela luz branca que pisca timidamente. A sua simples presença faz da noite uma coisa linda e tudo volta a fazer sentido.

Começo aqui meu diário de viagem. Viagem planejada por muito tempo, mas até então não tinha sido iniciada. A razão é muito simples. Durante todo esse tempo quis dar um passo a frente para começar a caminhada. Mas essa viagem não começa assim. Seu primeiro passo não é pra frente, mas sim pra trás. Para se construir um futuro precisamos agir no presente entendendo as lições do passado. E assim foi. Preparando as coisas pra viagem, tive que encaixotar todas as coisas que guardei ao longo dessa vida. Na minha cabeça eu me sentia dentro de uma música. “Eu hoje joguei tanta coisa fora. Eu vi o meu passado passar por mim. Cartas e fotografias. Gente que foi embora. A casa fica bem melhor assim.”

Não importa tanto quais coisas você olha. O que faz toda diferença é com que olhos você vai olhar. Uma conversa, muitas lembranças, importantes lições. Buscar com determinação a autocrítica me parece o caminho mais certo para a evolução. Aprendendo com os erros. Pois é caindo que se aprende a caminhar.

Uma das coisas que encontrei no meio das minhas coisas foi um texto. Um texto que recebi de minha amiga e ex-chefe, Kátia Heemann, na minha despedida do emprego. Acredito que ela compartilhe comigo um desejo de que nosso trabalho sirva de alguma maneira para que as coisas se tornem melhores. E que essa melhora atinja o maior número possível de pessoas. É bom saber que palavras que me foram dadas no passado possam voltar no presente com ainda mais força do que quando as recebi. Servindo de base, um princípio a ser adotado durante toda a viagem que terei pela frente. Me ajudando a manter minhas forças na crença da bondade e da verdade. Não sei de quem são, mas divido aqui essas palavras.

“A grama que cresce no meio do concreto é um ato de coragem. A grama não pára de crescer, apesar das dificuldades que enfrenta. Quando temos a consciência de nossa missão inata e nos dispomos a levar a cabo essa missão, ficamos como a grama; que cresce no meio do concreto, com coragem para fazer o que se exige de nós, apesar das dificuldades.
Quando chega a hora de fazer uma mudança, de crescer, de viver de um jeito diferente, o Universo vai criar uma maneira de deixá-lo tão desconfortável, tão infeliz, que você acabará não tendo outra escolha.”

Eu ainda complementaria esse texto com outro que também achei enquanto arrumava minha casa, mas infelizmente não me lembro quem me deu. Apesar disso, essas palavras também seguem tendo sua força.

“É melhor alternar-se em luta
Em busca de dias melhores
Do que permanecer estático, como os pobres de espírito
Que não lutam
Mas também não conhecem a dor da derrota
Não têm a glória de ressurgir dos escombros
Estes pobres de espírito
Ao final da jornada na Terra
Não agradecem a Deus por terem vivido
Mas desculpam-se diante dele
Por terem simplesmente passado pela vida”

E pra terminar, coloco em música a principal lição tirada dessa arrumação do meu passado. Lição de seguir em frente, sem medo do desconhecido. Quanto mais escura é a noite, melhor vemos as estrelas. “Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.”

Um abraço e até logo.

Tickets